Caso Richthofen: Ministério Público Recorre da Liberdade de Cristian Cravinhos

BRASIL | O último dos condenados pela morte do casal Richthofen, Cristian Cravinhos, obteve a liberdade condicional; MP-SP pede sua volta à prisão.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) entrou com um recurso para reverter a decisão judicial que concedeu liberdade a Cristian Cravinhos, condenado pela morte de Manfred e Marísia Von Richthofen, em 2002. A decisão que autorizou sua soltura foi tomada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e ocorreu na última quarta-feira, 5 de março.

Com a saída de Cristian da Penitenciária de Tremembé, todos os condenados pelo crime que abalou o Brasil estão em liberdade. Seu irmão, Daniel Cravinhos, cumpre regime aberto desde 2018, e Suzane Von Richthofen, ex-cunhada de Cristian, foi liberada em janeiro de 2023, após cumprir parte da pena.

A soltura de Cristian, contudo, não foi simples. Em 2017, ele chegou a ser liberado para o regime aberto, mas perdeu o benefício após ser preso por agressão a uma mulher e por tentativa de suborno de policiais em Sorocaba, no interior de São Paulo. Na ocasião, Cristian tentou subornar os agentes com uma quantia em dinheiro, oferecendo R$ 1.000, além de mencionar que seu irmão, Daniel, traria mais R$ 2.000 para a suborno. Durante a abordagem, foi encontrado com ele dinheiro e uma munição de uso restrito.

Após ser absolvido da acusação de porte ilegal de munição, Cristian foi condenado por corrupção ativa, com uma pena adicional de quatro anos e oito meses. Esse histórico criminal foi utilizado pelo MP-SP no pedido de revisão de sua liberdade, alegando que ele ainda tem 16 anos de pena a cumprir, com previsão de término em 2041.

No pedido, o promotor ressalta que, apesar de já ter sido beneficiado pela progressão de regime, Cristian perdeu esse direito devido a novos crimes. Ele também passou por um exame psicossocial, o Teste de Rorschach, que apontou dificuldades de adaptação social, indicando que ele não está totalmente reabilitado para convívio social seguro.

O caso segue em análise pela Justiça, e o MP-SP aguarda a decisão sobre o pedido de retorno de Cristian à prisão.