Depois de quase um ano, ponte da RS-130 é entregue e devolve mobilidade ao Vale do Taquari

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Imagem: Reprodução|Secretária de transporte e logística

Na manhã desta quinta-feira (10), a população do Vale do Taquari viveu um momento simbólico: a nova ponte da RS-130, sobre o Rio Forqueta, entre Lajeado e Arroio do Meio, foi finalmente liberada para o tráfego. A estrutura substitui a antiga ligação, levada pela enchente histórica de maio de 2024 — um episódio que marcou a memória de toda a região.

O primeiro veículo a cruzar a nova ponte foi uma ambulância da EGR, às 9h20min. A cena não apenas selou a entrega de uma obra de grande porte, mas também encerrou um capítulo de dificuldades diárias enfrentadas por moradores e motoristas da região, que por meses dependeram de rotas alternativas e lentas.

A nova ponte tem 172 metros de extensão — 51 a mais que a anterior — e eleva sua estrutura em cinco metros como resposta preventiva às cheias que se tornaram mais frequentes. O investimento total foi de R$ 22,35 milhões, dos quais R$ 14,05 milhões foram destinados à construção da ponte e R$ 8,3 milhões aos aterros, financiados com recursos arrecadados por pedágios da EGR.

Uma entrega esperada, mas marcada por atrasos.

Originalmente, a previsão de entrega era dezembro de 2024, conforme contrato emergencial. O prazo, no entanto, sofreu sucessivos adiamentos. A nova data pactuada — 29 de março de 2025 — também não foi cumprida. No último fim de semana, a ponte chegou a ser parcialmente liberada para veículos leves, ainda sem a camada asfáltica.

Segundo o diretor-presidente da EGR, Luís Fernando Vanacor, os atrasos se deram por motivos climáticos e ajustes no projeto. Ainda assim, ele ressalta que o tempo total de construção — sete meses — representa um recorde, considerando a complexidade da estrutura. O pilar central, por exemplo, tem 29 metros de altura.

Impacto diário e comoção popular.

Logo após a liberação, caminhões foram maioria na fila para cruzar a ponte. Entre os primeiros, o caminhoneiro Henrique Freitas, que opera entre Canoas e o interior, celebrou o fim das longas esperas e do trajeto complicado pela ponte de ferro provisória, montada pelo Exército.

A empresária Michele Gonçalves, que vive em Lajeado e tem negócios em Arroio do Meio, se emocionou ao lembrar do período em que precisou fazer a travessia de barco. “Só quem depende disso todo dia sabe o que significa. É retomar o direito de ir e vir com dignidade”, disse.

Fim de um gargalo que afetava toda a região.

Desde junho do ano passado, o fluxo entre os municípios era feito pela ponte de ferro — também reconstruída após a enchente — que operava em sistema de pare e siga. O resultado: congestionamentos diários que afetavam não apenas Lajeado e Arroio do Meio, mas também Encantado, Muçum e Roca Sales.

Agora, com a nova estrutura em operação, a expectativa é de que o trânsito volte a fluir com mais regularidade. A passagem de pedestres ainda está em fase final de obras e deve ser liberada nas próximas semanas.

Com a conclusão, a praça de pedágio de Encantado deve retomar a cobrança ainda neste mês, segundo a EGR, como forma de reequilibrar os custos da obra — a mais cara já executada pela estatal em um único trecho.

Uma ponte que carrega mais que carros, ela carrega a esperança de um recomeço.

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