Flor-cadáver floresce na Austrália e atrai multidão com seu cheiro putrefato

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MUNDO | Amorphophallus titanum, conhecida pelo odor de carne podre, encanta visitantes no Jardim Botânico de Sydney

Uma planta com odor de carne em decomposição pode parecer repulsiva, mas tem atraído multidões ao redor do mundo. Na última quinta-feira (23), o Jardim Botânico de Sydney, na Austrália, foi palco de um raro espetáculo botânico: o florescimento da Amorphophallus titanum, popularmente chamada de “flor-cadáver”.

Apelidada carinhosamente de “Putrícia” — uma junção das palavras “pú­rido” e “Patrícia” — a planta, com mais de 1,6 metro de altura, atraiu milhares de curiosos, que enfrentaram filas de até três horas para testemunhar sua floração e sentir seu característico cheiro fétido.

Fenômeno raro e aguardado

A “flor-cadáver” floresce apenas a cada sete a dez anos em seu habitat natural, nas florestas tropicais de Sumatra, na Indonésia. No Jardim Botânico de Sydney, o último evento desse tipo havia ocorrido há 15 anos, tornando essa floração um acontecimento especial.

A instituição também transmitiu o desabrochar ao vivo, 24 horas por dia, alcançando quase um milhão de visualizações em menos de uma semana. O evento viralizou nas redes sociais, gerando memes e piadas sobre sua estranha beleza e aroma peculiar.

Um cheiro estratégico para atrair polinizadores

Apesar do odor putrefato, a Amorphophallus titanum tem um mecanismo sofisticado para garantir sua reprodução. Seu cheiro forte imita carne em decomposição, atraindo insetos como moscas e besouros, que desempenham o papel de polinizadores.

Durante sua fase de crescimento, a planta permanece dormente, acumulando energia até atingir a maturidade. Quando finalmente floresce, pode atingir até três metros de altura, sendo uma das maiores estruturas florais sem galhos do mundo.

Uma fama global com raízes históricas

O nome científico da planta, Amorphophallus titanum, tem origem grega e significa “pênis deformado gigante”, em referência ao formato de sua inflorescência. Desde sua primeira documentação, em 1889, no Kew Gardens, em Londres, a “flor-cadáver” tem fascinado botânicos e curiosos ao redor do mundo.

Além dela, outra espécie também chama atenção pelo odor característico: a Rafflesia arnoldii, também nativa de Sumatra. Apesar da semelhança no aroma e no tamanho impressionante, as duas plantas não são relacionadas.

Em risco de extinção

Apesar de sua popularidade, a Amorphophallus titanum enfrenta sérios riscos de extinção. O desmatamento ilegal e a expansão agrícola em Sumatra reduziram sua população em aproximadamente 50% nos últimos 150 anos. Atualmente, a espécie está protegida por leis ambientais na Indonésia.

A conservação da “flor-cadáver” é fundamental para garantir que futuras gerações possam testemunhar esse espetáculo raro e singular da natureza.

Termos relacionados: botânica, floração rara, Amorphophallus titanum, Jardim Botânico de Sydney, Sumatra, plantas exóticas, biodiversidade, conservação ambiental, polinização, odor de carne podre.

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