Inflação na Argentina cai para 1,5% em maio, menor taxa mensal desde 2020

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POLÍTICA INTERNACIONAL | Desaceleração ocorre em meio a ajustes econômicos promovidos por Javier Milei, que busca manter índice abaixo de 2% ao mês

A inflação da Argentina desacelerou para 1,5% em maio, conforme divulgado nesta quinta-feira (12) pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). Essa é a menor taxa mensal registrada pelo país desde maio de 2020, quando o mesmo índice foi alcançado. Em abril, a inflação havia sido de 2,8%.

A variação acumulada em 12 meses até maio caiu para 43,5%, frente aos 47,3% registrados no mês anterior. O setor que mais encareceu no mês foi o de comunicação (4,1%), seguido por restaurantes e hotéis (3%), saúde (2,7%), bens e serviços diversos (2,6%) e habitação, água, eletricidade, gás e combustíveis (2,4%).

O dado é visto como sinal positivo para o governo do presidente ultraliberal Javier Milei, que assumiu em dezembro de 2023 com uma agenda de ajuste fiscal rígido. Desde então, o país passou por forte retração econômica, cortes de subsídios, paralisação de obras públicas e congelamento de repasses a províncias, o que causou aumento no custo de vida e intensificou protestos.

Mesmo com o avanço do controle inflacionário, a crise social se acentuou. A pobreza atingiu 52,9% da população no primeiro semestre de 2024, mas recuou para 38,1% no segundo semestre, representando 11,3 milhões de pessoas.

Apesar das dificuldades, o governo obteve vitórias no campo fiscal, com seguidos superávits primários e um acordo de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A primeira parcela, de US$ 12 bilhões, já foi liberada, o que foi interpretado como um voto de confiança da entidade no plano econômico argentino.

Nas redes sociais, Milei comemorou o dado de maio e compartilhou uma explicação técnica sobre o fenômeno inflacionário: “A inflação é sempre e em todo lugar um fenômeno monetário gerado por um excesso de oferta de dinheiro”.

Como parte do compromisso com o FMI, o Banco Central da Argentina anunciou a redução dos controles cambiais, com a extinção da paridade fixa do peso argentino e adoção do câmbio flutuante, além de uma flexibilização gradual do chamado “cepo”, sistema de restrições à compra de moedas estrangeiras vigente desde 2019.

A meta do governo agora é manter a inflação mensal abaixo de 2%, um patamar considerado crucial para a estabilização macroeconômica e abertura total da economia ao mercado internacional.

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