Operação Leite Compen$ado 13: Prisões e novos crimes envolvendo adulteração de leite

Ação deflagrada pelo Ministério Público identifica fraude com adição de substâncias nocivas em indústria de Taquara
Quase 12 anos após o início da Operação Leite Compen$ado e sete anos após sua última etapa, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) lançou nesta quarta-feira, 11 de dezembro, a 13ª fase da operação, que resultou na prisão do químico industrial apelidado de “alquimista” ou “mago do leite”. Ele já havia sido implicado em adulterações similares em 2014, na quinta fase da operação.
Nesta nova fase, as investigações, conduzidas pelas Promotorias de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre e de Defesa do Consumidor, revelaram a produção de derivados lácteos adulterados em uma indústria de Taquara, no Vale do Paranhana. Foram detectadas substâncias perigosas, como soda cáustica e água oxigenada, além de pelos e sujeiras em embalagens.

Histórico de irregularidades
O “alquimista” possui um longo histórico de envolvimento com fraudes no setor de laticínios. Apesar de uma condenação anterior, ele aguardava a colocação de tornozeleira eletrônica e o desfecho de processos judiciais relacionados à operação de 2014. Nesta ocasião, ele foi identificado como assessor na produção do laticínio, apesar de estar proibido pela Justiça de atuar no setor.
Com apoio de 110 agentes e parcerias com o Ministério da Agricultura, Receita Estadual, FEPAM, Ministério Público de São Paulo e Delegacia do Consumidor (DECON), foram cumpridos mandados em cidades do Rio Grande do Sul, como Taquara, Parobé e Imbé, além de São Paulo. Entre os presos, além do químico, estão o sócio-proprietário da indústria e dois gerentes.

Substâncias perigosas e alcance nacional
Segundo o promotor Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, as fraudes envolviam técnicas avançadas, como a adição de soda cáustica para ajustar o pH do leite e ocultar sinais de deterioração. Produtos vencidos também eram reprocessados para consumo. As irregularidades foram identificadas em leite UHT, leite em pó e compostos lácteos distribuídos em larga escala no Brasil e até na Venezuela.

Contexto da operação
Desde 2013, a Operação Leite Compen$ado já contabilizou 13 fases, com dezenas de prisões e diversas irregularidades identificadas, desde a presença de coliformes fecais até adulteração com soda cáustica, ureia e outros produtos nocivos.
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