STF mantém prisão de condenados pelo caso da Boate Kiss
BOATE KISS | Decisão foi tomada por três votos a favor e dois contra na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal.
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na noite desta segunda-feira (3), manter a prisão de quatro condenados pelo incêndio na Boate Kiss, ocorrido em 2013, em Santa Maria (RS). O julgamento foi encerrado com três votos favoráveis e dois contrários.
O colegiado formou maioria durante o dia para manter a prisão de Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, ex-sócios da boate, além do vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, e do produtor musical Luciano Bonilha. Os últimos votos foram registrados eletronicamente pelos ministros Nunes Marques e André Mendonça.
Julgamento e decisão
O tribunal analisou recursos das defesas contra decisão do ministro Dias Toffoli, que em setembro de 2023 acatou pedidos da Procuradoria-Geral da República (PGR) e do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) para manter as condenações. Toffoli considerou que os argumentos das defesas eram “insuficientes para modificar a decisão ora agravada”.
Seu voto foi seguido pelos ministros Edson Fachin e Gilmar Mendes, enquanto André Mendonça e Nunes Marques divergiram.
As defesas dos condenados contestavam a anulação do primeiro julgamento pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), que apontou irregularidades na seleção dos jurados, reuniões entre o juiz-presidente do júri e os jurados, ilegalidades na formulação dos quesitos e uma suposta mudança da acusação na réplica.
O caso Boate Kiss
O incêndio na Boate Kiss ocorreu na madrugada de 27 de janeiro de 2013, resultando em 242 mortos e 636 feridos. A tragédia foi provocada pelo uso de um artefato pirotécnico durante o show da banda Gurizada Fandangueira. O fogo atingiu a espuma acústica do teto, liberando fumaça tóxica que causou asfixia na maioria das vítimas.
Os quatro réus foram condenados a penas de prisão:
Elissandro Spohr: 22 anos e 6 meses
Mauro Hoffmann: 19 anos e 6 meses
Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha: 18 anos cada
Com a decisão do STF, os réus permanecerão presos, reforçando um marco na busca por justiça para as vítimas e seus familiares.
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