Cachoeira do Sul ganha associação para apoiar portadores de fibromialgia

0
Imagem do WhatsApp de 2024-11-24 à(s) 12.10.23_279d42e9

Uma iniciativa recente em Cachoeira do Sul promete trazer visibilidade e assistência para portadores de fibromialgia, uma doença crônica que afeta principalmente mulheres, mas também pode atingir homens e jovens. Liderada por Ana Paula Bitencurtt Carvalho, a nova Associação Cachoeirense de Pessoas com Fibromialgia (ACAFI) busca garantir direitos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes no município.

A fibromialgia é caracterizada por dores intensas e generalizadas, fadiga, insônia e hipersensibilidade em pontos específicos do corpo. Segundo Ana Paula, o diagnóstico é um processo criterioso, realizado por um reumatologista, após a exclusão de outras doenças. “Muitas pessoas convivem com a condição sem saber, enquanto outras enfrentam dificuldades para obter o diagnóstico devido à falta de acesso a especialistas”, afirma a presidente.

Imagem-do-WhatsApp-de-2024-11-24-as-12.10.24_7732ba29-576x1024 Cachoeira do Sul ganha associação para apoiar portadores de fibromialgia

Desafios e obstáculos


Em Cachoeira do Sul, o atendimento especializado para fibromialgia ainda é limitado. Embora um decreto municipal reconheça a fibromialgia como condição prioritária para atendimentos, ainda não há suporte completo pelo SUS. “Atualmente, os pacientes precisam se deslocar para outras cidades para consultas com reumatologistas e fisioterapeutas, além de depender de medicamentos caros, como duloxetina e pregabalina, que podem custar até R$ 300”, explica Ana Paula.

Imagem-do-WhatsApp-de-2024-11-21-as-17.52.17_dbb8952d-1024x768 Cachoeira do Sul ganha associação para apoiar portadores de fibromialgia

A ausência de medicação regular pelo SUS também é um problema recorrente. Ana Paula relata sua experiência pessoal: “Recebi os remédios por dois meses, mas, na terceira vez que fui buscar, fui informada de que não havia mais disponibilidade e não sabiam quando chegariam novamente”.

IMG_20241121_150414143_HDR-1024x768 Cachoeira do Sul ganha associação para apoiar portadores de fibromialgia
Ana Paula Bitencurtt Carvalho (E) e Marlete Sidinara da Cruz (D).

A estrutura da ACAFI


Fundada em maio com 13 integrantes, a ACAFI cresceu rapidamente e hoje conta com 75 membros. A diretoria da associação é composta por Ana Paula Bitencurtt Carvalho como presidente, Maristela da Silva Lopes Bulsing como vice-presidente, Jennifer Gabrielle Neis como secretária geral, Viviane de Oliveira Pereira como segunda secretária, Rochelle Brum dos Santos na tesouraria e Sabrina Correia Aires como segunda tesoureira.

O conselho fiscal é integrado por Marlete Sidinara da Cruz e Fabiane Felix Torres. Além da diretoria, as coordenadoras do grupo, Ani Frey e Ana Paula Carvalho, atuam ativamente na mobilização dos membros e na articulação de demandas junto ao poder público.

Imagem-do-WhatsApp-de-2024-11-24-as-12.10.21_8904f0ca Cachoeira do Sul ganha associação para apoiar portadores de fibromialgia

Objetivos e lutas da associação


A ACAFI se consolidou como uma entidade sem fins lucrativos com metas claras:

  • Formalizar a inclusão do CID M79.7 (fibromialgia) nos registros municipais;
  • Garantir acesso a consultas com reumatologistas, psicólogos, psiquiatras e fisioterapeutas na cidade;
  • Promover campanhas de conscientização sobre a fibromialgia para a população em geral e gestores públicos;
  • Ampliar o suporte a pacientes, com foco no bem-estar e inclusão social.

Um dos avanços recentes da associação foi a conquista do passe livre intermunicipal para portadores de fibromialgia. O próximo passo é assegurar o passe livre municipal, essencial para facilitar o deslocamento dos pacientes em Cachoeira do Sul.

“Nosso próximo passo é formalizar um pedido à prefeitura para que a fibromialgia seja reconhecida no âmbito municipal. É essencial garantir que cada pessoa com o diagnóstico tenha acesso ao que lhe é de direito”, explica Ana Paula.

Fibromialgia: uma doença multifatorial e sem cura


A fibromialgia ainda é um enigma para a medicina. Classificada como uma síndrome multifatorial, a doença não tem causa definida nem cura. Afeta majoritariamente mulheres de 30 a 55 anos, mas homens e jovens também podem ser diagnosticados.

O diagnóstico requer avaliação criteriosa, incluindo exames para descartar outras condições e análise de pontos sensíveis no corpo. “Muitas pessoas não reconhecem os sintomas ou buscam tratamento somente para condições associadas, como ansiedade e depressão, retardando o diagnóstico e o início do tratamento adequado”, explica Ana Paula.

Próximos passos e mensagem de esperança


A ACAFI planeja expandir sua atuação, formalizando parcerias e promovendo ações educativas para a comunidade. “Queremos que os portadores de fibromialgia em Cachoeira do Sul saibam que não estão sozinhos. Nossa luta é por um futuro mais justo e inclusivo”, conclui Ana Paula.

A criação da associação marca um importante capítulo na luta pelos direitos das pessoas com fibromialgia em Cachoeira do Sul, destacando o poder da união e da mobilização coletiva em busca de dignidade e qualidade de vida.

Share this content:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *