Cinco anos após primeiro caso de Covid-19 no RS, aumento de leitos de UTI reflete impacto da pandemia

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Em 2021, hospitais do RS registraram aumento em internações por Covid em leitos clínicos e de UTI — Foto: Reprodução

PÓS-COVID | Expansão hospitalar expõe legado da crise sanitária e desafios do sistema de saúde gaúcho

A ampliação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no Rio Grande do Sul, tanto na rede pública quanto privada, expõe as marcas deixadas pela pandemia da Covid-19 cinco anos após o primeiro caso confirmado no estado, em 10 de março de 2020.

De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), houve um aumento de 21% nos leitos de UTI ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde o início da crise sanitária, passando de 1.520 vagas em 2020 para 1.844 em 2025. O avanço também foi sentido no setor privado, com um acréscimo de 23%: de 2.392 para 2.951 leitos.

Leitos de UTI – SUS

  • Adulto: 975 (2020) para 1.293 (2025)
  • Pediátrico: 193 (2020) para 203 (2025)
  • Neonatal: 352 (2020) para 348 (2025)

Leitos de UTI – Rede Particular

  • Adulto: 1.603 (2020) para 2.124 (2025)
  • Pediátrico: 269 (2020) para 298 (2025)
  • Neonatal: 520 (2020) para 529 (2025)

A secretária adjunta da Saúde, Ana Costa, destaca que a pandemia acelerou um processo necessário de reforço na infraestrutura hospitalar. “Talvez a gente não possa chamar de legado uma coisa tão triste que foi a pandemia, mas acabou deixando um sistema mais preparado, com profissionais qualificados e estrutura reforçada”, afirmou.

Especialistas, porém, alertam que o aumento de leitos ainda não é suficiente. O médico infectologista Paulo Gewehr ressalta a concentração das vagas em Porto Alegre: dos 1.293 leitos de UTI do SUS, 572 estão na capital — o que representa 44% do total. “Esse problema de concentração já existia antes e ficou ainda mais evidente durante a pandemia”, pontuou.

Para o secretário municipal de Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, o período crítico evidenciou a importância da integração entre os diferentes níveis de atendimento e a qualificação dos profissionais da saúde. “A pandemia foi uma prova de fogo. Ficou claro que precisamos de políticas públicas para melhorar as condições de trabalho e garantir capacitação contínua”, afirmou.

Mesmo com a diminuição dos casos graves após o avanço da vacinação, Ana Costa reforça a importância da vigilância constante. “Se estamos mais preparados, não podemos perder a atenção. Enfrentar juntos os próximos desafios e evitar o que for possível prevenir”, concluiu a secretária adjunta.

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