Combate à lavagem de dinheiro: Polícia Civil mira facções criminosas e desarticula esquemas no RS

Delegacia especializada já apreendeu R$ 30 milhões em bens e valores em um ano, minando o financiamento de homicídios pelo crime organizado.
A estratégia de atacar as finanças das facções criminosas tem ganhado força no Rio Grande do Sul com a atuação da Delegacia de Polícia de Repressão à Lavagem de Dinheiro do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), inaugurada em setembro de 2023. Em pouco mais de um ano, a unidade apreendeu bens como veículos, imóveis e até uma pousada de luxo, além de bloquear valores milionários vinculados a atividades ilícitas.

Conforme o delegado Marcus Viafore, a repressão ao patrimônio das facções tem impacto direto na redução de homicídios, já que as organizações criminosas dependem do dinheiro do tráfico de drogas para se armar e financiar execuções.
— A lavagem de dinheiro está umbilicalmente ligada ao crime organizado. Nosso objetivo é atingir o lado patrimonial para evitar o financiamento dos homicídios — afirma.

Principais operações e resultados
Entre as ações recentes, destacam-se:
- Operação Riciclaggio: Em novembro de 2024, focou uma célula de facção do Vale do Sinos, apreendendo R$ 70 mil em dinheiro e desarticulando um esquema de empresas de fachada com movimentação de R$ 9,2 milhões.
- Operação Capolinea: Desarticulou operadores financeiros no RS e em Santa Catarina, que negociavam imóveis para facções, evidenciando a complexidade dos esquemas.
Métodos de lavagem de dinheiro
Os esquemas incluem desde a compra de automóveis e imóveis em nome de terceiros até o uso de empresas de fachada e pequenos comércios para mesclar dinheiro ilícito com recursos lícitos.
— Hoje, a lavagem envolve estruturas empresariais e até operações internacionais que tornam o rastreamento extremamente complexo — destaca Viafore.
Impacto no combate ao crime
O protocolo do DHPP, que associa investigações de homicídios a inquéritos de lavagem de dinheiro, demonstra resultados significativos. Segundo o diretor do departamento, delegado Mario Souza, o total de bens apreendidos pelo DHPP chegou a R$ 40 milhões.
Punição e desafios
A pena para o crime de lavagem de dinheiro varia de três a 10 anos de reclusão. No entanto, a investigação é longa e exige recursos tecnológicos, como quebra de sigilos bancários e análise de dados.
Além do DHPP, departamentos como o Denarc e o Deic também atuam no combate à lavagem, realizando operações contra facções e desarticulando esquemas que envolvem políticos e empresários.
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Fotos: Polícia Civil
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