La Niña pode impactar safra de verão no RS: milho é o mais afetado

Condições climáticas começam a preocupar produtores; soja em alerta e arroz mantém otimismo

Embora ainda não haja confirmação oficial do início de um fenômeno La Niña, os sinais climáticos indicam que ele pode estar influenciando o Rio Grande do Sul. O impacto já começa a ser sentido nas lavouras de verão, com cenários variados dependendo da cultura.

Milho enfrenta maior desafio

De acordo com Loana Cardoso, agrometeorologista da Secretaria Estadual da Agricultura, o milho é a cultura mais sensível às condições atuais:

• 51% das lavouras (de um total de 748,5 mil hectares) estão em fases críticas de florescimento e enchimento de grãos, quando a necessidade de água é maior.
• “Já podemos começar a ter redução de rendimento nessas áreas”, alerta Loana.

Paulo Roberto Vargas, coordenador da Câmara Setorial do Milho, pondera que ainda é cedo para projeções, mas observa que as lavouras estão “boas, não ótimas”.

Soja em estágio menos crítico

Na soja, a situação é menos preocupante, mas merece atenção:

• O Estado atingiu 97% da área prevista de 6,8 milhões de hectares plantados, com a maior parte (92%) em desenvolvimento vegetativo.
• “Se tiver que escolher um estágio para não chover, é esse. É o menos pior”, explica Alencar Rugeri, da Emater.

A falta de umidade, no entanto, atrasou a semeadura, que avançou apenas 1% na última semana.

Arroz mantém boas perspectivas

A cultura do arroz segue com uma perspectiva positiva, graças à irrigação:

• 100% das lavouras do Estado são irrigadas, e os reservatórios estão cheios.
• A falta de chuva tem sido benéfica, reduzindo problemas associados ao excesso de umidade e favorecendo a produtividade.

Perspectivas e alertas

A continuidade da escassez de chuvas será determinante para o resultado da safra de verão no Rio Grande do Sul. Enquanto o milho enfrenta impactos imediatos, a soja e o arroz ainda têm condições de manter boas expectativas, dependendo do comportamento climático nas próximas semanas.

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