Meta encerra programa de verificação de fatos e adota “notas da comunidade”

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FIM DA VERIFICAÇÃO | Novo modelo de moderação se inspira na abordagem da plataforma X, de Elon Musk

Nesta terça-feira (7), a Meta, empresa controladora do Facebook e Instagram, anunciou o fim de seu programa de verificação de fatos. O CEO Mark Zuckerberg afirmou que a empresa passará a utilizar o sistema de “notas da comunidade”, em que os próprios usuários poderão adicionar observações explicativas às publicações, de forma similar ao recurso já utilizado pela plataforma X (antigo Twitter), de Elon Musk.

Em uma publicação no Instagram, Zuckerberg explicou que a Meta focará em filtros para combater violações de alta gravidade, deixando casos de menor impacto dependentes de denúncias antes de qualquer ação da empresa. Segundo ele, a decisão reflete um retorno “às raízes em torno da liberdade de expressão”.

— Governos e veículos de mídia tradicional têm pressionado por censura cada vez mais — declarou Zuckerberg.

Como funcionará o novo sistema?

Atualmente, a Meta remunera verificadores de fatos independentes que avaliam conteúdos sinalizados por usuários como possivelmente desinformativos. Esses profissionais têm a função de classificar as postagens como falsas, enganosas ou fora de contexto, conforme necessário.

Com a mudança, a moderação será descentralizada, permitindo que os próprios usuários contribuam com notas explicativas nas postagens. A Meta ainda não esclareceu se o novo modelo será implementado globalmente ou apenas nos Estados Unidos.

Relação com Trump e contexto político

A mudança ocorre em um momento de reaproximação entre Zuckerberg e o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Recentemente, o CEO da Meta doou US$ 1 milhão (cerca de R$ 6,1 milhões) para o fundo de posse do republicano e participou de um jantar na residência de Trump em Mar-a-Lago, Flórida.

Além disso, a empresa nomeou Joel Kaplan, republicano e aliado próximo de Trump, como chefe de assuntos públicos, em substituição a Nick Clegg, ex-vice-primeiro-ministro britânico. Kaplan criticou a abordagem atual da moderação de conteúdo, dizendo que “foi longe demais” e que muitas postagens inofensivas são censuradas.

Como parte da reestruturação, a Meta transferirá suas equipes de confiança e segurança da Califórnia para o Texas, um estado com posicionamento político mais conservador.

— Isso nos ajudará a criar confiança em lugares onde há menos preocupação com preconceitos de nossas equipes — justificou Zuckerberg.

Impactos e desafios

O fim do programa de verificação de fatos e a adoção das “notas da comunidade” levantam questionamentos sobre a eficácia da moderação no combate à desinformação. Especialistas apontam que o sistema pode ser mais suscetível a manipulações, já que se baseia no julgamento coletivo dos usuários.

A mudança de estratégia também reflete uma tendência das grandes plataformas de redes sociais em ajustar políticas de conteúdo conforme o cenário político e econômico.

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