Previsão de tempo seco ameaça safra de milho no Rio Grande do Sul

Irrigação ajuda a minimizar efeito da falta de chuva no milho | Foto: Carlos Pires
RURAL | A escassez de chuvas afeta plantios nas Missões e gera apreensão com a soja.
A safra de verão do Rio Grande do Sul ainda tem muito a ser decidido, mas a falta de chuvas em algumas regiões já começa a impactar de forma significativa as plantações de milho, especialmente as de sequeiro, que não contam com irrigação. A situação é especialmente crítica em municípios das Missões, onde a baixa umidade persiste desde dezembro.
Impactos no milho e soja
Segundo Joney Braun, supervisor microrregional da Emater em Santa Rosa, em algumas cidades, a ausência de precipitações significativas vai completar 30 dias no próximo dia 8, com acumulados de chuva não ultrapassando 25 mm. Nos 45 municípios que compõem a regional, a colheita de milho atingiu 15% da área plantada, sendo uma das primeiras a ser realizada no Estado. O rendimento das lavouras iniciais varia de 120 a 150 sacas por hectare, mas a principal preocupação está nas plantações que enfrentam o período crítico de floração e enchimento de grãos sem a umidade necessária.
Perdas e variação regional
Embora o milho tenha sido implantado com um elevado potencial produtivo, a falta de chuvas em momentos chave causou perdas que, até o momento, não são tão significativas, mas que podem se intensificar. A Emater observa que os danos variam conforme a localização das lavouras, o tipo de solo e a variedade semeada. A soja também preocupa, principalmente pela previsão de continuidade da seca.
Na Coopatrigo, cooperativa que atua na região, 60% das lavouras de milho são irrigadas, o que tem atenuado os impactos da seca. No entanto, mesmo com irrigação, a redução da produção é de 10%, enquanto nas áreas de sequeiro o prejuízo chega a 30%. A grande preocupação é com a previsão de mais dias sem chuvas em janeiro, período que é crítico para a soja.
Perspectivas pessimistas
Paulo Pires, presidente da Coopatrigo e da Fecoagro-RS, alerta que a previsão de tempo desfavorável configura um “alerta laranja” para a safra, destacando que, caso as chuvas não ocorram nos próximos 10 dias, o quadro poderá ser ainda mais grave.
Luis Fernando Pires, assessor da Farsul e produtor nas Missões, compartilha da apreensão. Ele destaca que os produtores de milho sem irrigação já estão colhendo, mas com potencial produtivo muito baixo.
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