Condenação de acusados por sequestro e morte de casal em Rolante encerra caso marcado por crueldade e repercussão

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Tribunal do Júri de Taquara aplica penas severas aos réus, mas Ministério Público anuncia recurso para aumentar punições e revisar absolvições.

Em julgamento que começou na quinta-feira (12) e terminou nesta sexta-feira (13), o Tribunal do Júri de Taquara condenou quatro dos seis denunciados pelo sequestro, tortura e assassinato de Antonio Celestino Lummertz e Lonia Gabe, ocorrido em 2014, em Rolante, no Vale do Paranhana. O caso chocou o estado do Rio Grande do Sul pelo nível de crueldade envolvido.

Entre os condenados, a mulher considerada mentora do crime recebeu pena de 97 anos e quatro meses de prisão, enquanto um dos homens foi sentenciado a 66 anos e um mês. Outros dois réus, que tiveram participação menor, foram condenados a penas de três anos e quatro meses e dois anos e dez meses, a serem cumpridas em regime semiaberto. Dois réus foram absolvidos, mas o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) já anunciou que recorrerá da decisão, buscando penas mais severas para três dos condenados e a revisão das absolvições.

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Crimes marcados por frieza e perversidade

Os réus condenados pela morte do casal responderam por dois homicídios quadruplamente qualificados (motivo torpe, asfixia, impossibilidade de defesa das vítimas e ocultação de crimes), além de crimes como sequestro, cárcere privado, tortura, falsidade ideológica, ocultação e destruição de cadáver e furto qualificado.

De acordo com a denúncia apresentada pelo promotor Leonardo Giardin de Souza, os crimes ocorreram em fevereiro de 2014. As vítimas foram sequestradas de sua residência em Vale do Sol, mantidas em cativeiro em Rolante e, após dias de tortura, assassinadas por asfixia. Os corpos foram carbonizados em uma carcaça de geladeira e descartados à beira da estrada entre Rolante e Santo Antônio da Patrulha.

A motivação central do crime foi o fato de Antonio Celestino ser testemunha-chave contra a mandante, condenada em um júri anterior por outro homicídio ocorrido em Torres. Para tentar reverter sua condenação, ela planejou o assassinato do casal com o auxílio dos demais réus.

Reação do Ministério Público e sociedade

Após o julgamento, o promotor Leonardo Giardin de Souza destacou a gravidade do caso. “Em meus 20 anos de carreira, este foi o crime mais chocante, bárbaro, revoltante e repugnante que presenciei, tanto como profissional quanto como ser humano”, afirmou.

Apesar das penas aplicadas, o Ministério Público considerou insuficiente a punição de três dos condenados e manifestou insatisfação com as absolvições, o que reflete a complexidade do caso e a alta expectativa de justiça por parte da sociedade.

Impacto e reflexões

O desfecho parcial deste caso expõe questões profundas sobre o sistema de justiça criminal, a proteção de testemunhas e a necessidade de respostas mais contundentes a crimes de extrema crueldade. A sentença aplicada demonstra que o tribunal reconheceu a gravidade das ações, mas a decisão de recorrer reflete o entendimento de que a resposta penal ainda não foi suficiente para a gravidade dos atos cometidos.

A repercussão do caso vai além do julgamento, colocando em pauta o papel do Estado na proteção de testemunhas e na prevenção de crimes semelhantes. Este trágico episódio é um alerta para a sociedade e as instituições judiciais sobre a importância de fortalecer mecanismos que impeçam que vidas sejam brutalmente ceifadas em contextos de intimidação e vingança.

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